Entre Ruínas: A Transformação Espetacular do Palácio Belvedere

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Imagine um edifício que já foi um mirante dos sonhos, uma rádio que embalava os corações do Paraná, e até mesmo um observatório astronômico onde estrelas eram decifradas. Esse lugar não é apenas um prédio; é um verdadeiro sobrevivente, que resistiu ao abandono, ao vandalismo, e até mesmo a um incêndio devastador. O Palácio Belvedere, situado bem atrás das Ruínas de São Francisco, na Praça João Cândido, em Curitiba, é uma daquelas preciosidades que carregam consigo histórias surpreendentes e uma resiliência que poucos poderiam imaginar.

De Mirante a Ícone: O Começo Visionário do Belvedere

Tudo começou entre 1912 e 1915, durante a administração do prefeito Cândido de Abreu. Visionário, ele imaginou o Belvedere como um mirante no ponto mais alto da cidade na época, onde as pessoas poderiam admirar Curitiba em toda a sua glória. De fato, por muitos anos, o edifício cumpriu seu papel como um lugar para contemplação. Mas, como sabemos, a vida tem uma maneira engraçada de transformar sonhos iniciais em novas realidades, e o destino do Belvedere não foi diferente.

Transformações Incríveis: Rádio, Astronomia e Cidadania

Em 1933, o Belvedere trocou as vistas panorâmicas pela frequência modulada, tornando-se a sede da primeira rádio do Paraná, a famosa Rádio Clube Paranaense. Foi ali que vozes ecoaram pela primeira vez nas ondas do rádio, trazendo música, notícias e entretenimento para os lares paranaenses. Mas essa não foi a única vez que o Belvedere trocou de identidade. Anos depois, ele passou a abrigar o Observatório Astronômico da antiga Faculdade de Engenharia do Paraná, onde a imensidão do céu era explorada com curiosidade científica. E, em 1962, o edifício foi transformado na sede da União Cívica Feminina Paranaense, um grupo que lutava pelos direitos das mulheres e pela cidadania.

A Decadência: O Período Sombrio do Belvedere

Contudo, nem todos os capítulos dessa história foram tão gloriosos. Nas décadas seguintes, o Belvedere foi perdendo sua função e, gradualmente, mergulhou em um período sombrio de abandono. O edifício foi pichado inúmeras vezes, suas paredes, que antes abrigavam sonhos e conhecimento, foram marcadas pelo descaso. Moradores de rua e usuários de drogas encontraram ali um abrigo improvisado, e a estrutura que um dia simbolizava a inovação e a cultura ficou à mercê do tempo e da negligência.

Foi apenas em 2015 que uma nova esperança começou a surgir para o Belvedere. Um acordo entre o governo estadual e a Academia Paranaense de Letras visava transformar o prédio em um espaço literário e cultural. O plano era promissor: revitalizar a estrutura, restaurar sua beleza arquitetônica de influência art nouveau, e finalmente dar ao edifício a dignidade que ele merecia. Contudo, como acontece muitas vezes, o destino parecia ter outros planos, e as obras de revitalização não avançaram como esperado.

E então, em dezembro de 2017, o Belvedere enfrentou um dos seus momentos mais desafiadores: um incêndio consumiu parte de sua estrutura. Mas, como todo bom sobrevivente, o Belvedere não cedeu. Pelo contrário, o incêndio pareceu acender uma chama de determinação para que, dessa vez, sua recuperação fosse levada a sério. No final de 2018, o Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc) deu início a uma verdadeira obra de restauro, um projeto minucioso que durou cerca de um ano.

A Recuperação do Belvedere Após o Incêndio

Em dezembro de 2019, o Palácio Belvedere renasceu, brilhando como nunca. A reinauguração trouxe consigo não só a sede da Academia Paranaense de Letras, mas também um charmoso café literário, onde o aroma de café fresco se mistura com o som suave de páginas sendo viradas. Hoje, o Belvedere não é apenas um testemunho do passado, mas também um lugar vivo, onde a cultura e a literatura se encontram, e onde novas histórias estão sendo escritas todos os dias.

Renascimento Literário: O Belvedere Brilha em Nova Era

Este edifício, que já foi tantas coisas para tantas pessoas, agora é um símbolo de resiliência e reinvenção. E quando você passear pela Praça João Cândido e se deparar com o Palácio Belvedere, lembre-se: por trás dessas paredes há mais do que tijolos e argamassa; há uma história de resistência, superação e, finalmente, renascimento. Afinal, como toda boa história, o Belvedere teve altos e baixos, mas sua jornada continua a inspirar aqueles que têm o privilégio de conhecer sua história.

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