Exposição Paulo Chimendes no MARGS: A Travessia do Tempo em Porto Alegre

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Exposição Paulo Chimendes no MARGS: A Travessia do Tempo em Porto Alegre
O tempo não anda em linha reta. Ele dobra, escorre, às vezes estaciona sem avisar. Tem dia que passa voando; em outros, pesa no bolso do casaco. Entre um ontem que insiste em ficar e um agora sempre em mutação, a arte aparece como esse lugar raro onde tudo pode coexistir.

É exatamente nesse intervalo — nem passado puro, nem presente apressado — que a exposição “Paulo Chimendes — A travessia do tempo” se instala no MARGS (Museu de Arte do Rio Grande do Sul), em cartaz até 4 de janeiro de 2026.

Logo de cara, a mostra convida a respirar diferente. Nada de pressa. Aqui, o tempo vira matéria-prima, memória impressa, gesto repetido até ganhar sentido novo. O percurso do artista se espalha pelas salas como uma conversa longa, daquelas que atravessam décadas sem perder o fio.

O Tempo como Companheiro de Caminhada

Paulo Chimendes construiu uma trajetória que não grita, mas também não passa despercebida. Seu trabalho caminha entre desenho, gravura e pintura com a naturalidade de quem conhece o chão que pisa. Há figura, há abstração, há cidade, há indivíduo — tudo misturado, como a vida costuma ser.

As obras não pedem manual de instruções. Elas provocam um olhar mais atento, daquele tipo que começa observando a forma e termina pensando no mundo lá fora. Quem nunca se sentiu pequeno diante da cidade? Ou deslocado no meio da multidão? Essas sensações aparecem ali, sem drama exagerado, mas com uma lucidez afiada.

O MARGS fica na Praça da Alfândega, no coração do Centro Histórico de Porto Alegre — uma região que concentra os principais pontos turísticos da capital gaúcha, incluindo o Mercado Público, a Casa de Cultura Mário Quintana e o Museu Iberê Camargo.

Atelier, Rua e Cidade: Onde Tudo se Aprende

A história de Chimendes também é uma história de formação coletiva. Porto Alegre surge não só como cenário, mas como personagem ativa. O aprendizado no Atelier Livre, ainda muito jovem, moldou não apenas a técnica, mas uma ética de troca, convivência e escuta.

Esse espírito acompanha toda a produção do artista. A cidade entra nas obras não como paisagem turística, mas como organismo vivo: ruas que apertam, prédios que crescem demais, pessoas tentando encontrar espaço. O cotidiano vira tema, o urbano vira pergunta.

Se você quer entender melhor essa relação entre arte e cidade, vale conhecer a história de Porto Alegre e como a capital gaúcha se tornou um polo cultural tão significativo no cenário brasileiro.

A Gravura como Gesto Compartilhado

Outro ponto forte da exposição é mostrar um lado nem sempre tão visível do fazer artístico: o trabalho de bastidor. Chimendes não é só autor; é também colaborador, impressor, pesquisador de processos. A gravura, nesse contexto, deixa de ser apenas técnica e passa a ser diálogo.

Cada impressão carrega mais de uma mão, mais de um pensamento. Existe ali uma ideia bonita de autoria compartilhada, onde o resultado final nasce do encontro entre experiências. Dá até vontade de ficar mais tempo diante das obras, tentando imaginar quantas histórias cabem em cada camada de tinta.

A curadoria da mostra é assinada por Francisco Dalcol e Cristina Barros, e apresenta mais de 60 trabalhos que abrangem desde os anos 1970 até a produção recente do artista.

Um Reencontro Necessário com o MARGS

A relação entre Paulo Chimendes e o MARGS é antiga, construída ao longo de décadas. Mesmo assim, essa exposição tem gosto de novidade. Pela primeira vez, o público encontra uma visão ampla e retrospectiva de sua produção no Museu — um ajuste de contas carinhoso com o tempo.

A mostra também conversa com a própria história da instituição, revisitando memórias, reforçando ausências e iluminando trajetórias que merecem ser vistas com calma, sem atalhos.

De acordo com informações da Secretaria da Cultura do Rio Grande do Sul, o MARGS reúne mais de 5.000 obras em seu acervo, com ênfase na produção de artistas gaúchos, e funciona de terça a domingo, das 10h às 19h, com entrada gratuita.

Um Convite para Atravessar Junto

“A travessia do tempo” é sobre persistência, aprendizado contínuo e sobre como a arte consegue atravessar épocas sem perder relevância. Passar por essa exposição é aceitar o convite de andar devagar, olhar melhor e sair diferente — nem que seja só um pouquinho.

O MARGS abre a porta; o resto do caminho acontece entre você, as obras e o tempo que resolve ficar.

Informações para Visitação

  • Exposição: Paulo Chimendes — A travessia do tempo
  • Local: MARGS — Praça da Alfândega, s/n, Centro Histórico, Porto Alegre
  • Período: Em cartaz até 4 de janeiro de 2026
  • Horário: Terça a domingo, das 10h às 19h (último acesso às 18h)
  • Entrada: Gratuita

Se você tem apenas um dia para conhecer a cidade, confira o roteiro de turismo de 1 dia em Porto Alegre, que inclui o MARGS e outras atrações imperdíveis do Centro Histórico.

Onde se Hospedar em Porto Alegre

E para aproveitar da melhor maneira a cidade de Porto Alegre, nada como se hospedar em um hotel que estará sempre preparado para oferecer conforto e qualidade em qualquer época do ano. Atendendo todas as suas necessidades para fazer da sua viagem a melhor de todas.

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Para quem quer estender o passeio e descobrir o que fazer em Porto Alegre à noite, a região do Moinhos de Vento e a Cidade Baixa oferecem ótimas opções de bares, restaurantes e vida cultural.

Por isso, hospede-se em um hotel da Rede Nacional Inn e boa viagem!